Ao lermos a biografia de tantos
homens e mulheres de Deus, que percorreram os séculos e ficaram conhecidos por
marcar suas gerações pelo amor aos perdidos e serem iniciadores de grandes
avivamentos, percebemos algo em comum em todos, um coração apaixonado por sua
causa. Mas, o que levou Bunyan a suportar tantos anos de prisão? Wesley a ser a
tocha tirada do fogo? O que levou Adoniram Judson e sua esposa a amarem tanto
um país que não era o seu de origem? O que levou David Levingstone atravessar
um continente e mapeá-lo, e ao final de sua vida desejar ter seu coração
enterrado nessa terra que tanto amou? O que levou Teresa de Ávila a tamanha
disciplina e caridade? O que pode levar um homem (Paton) a levar o evangelho a
canibais? O que fez Hudson Taylor a ser consumido até a morte, em uma China
devastada pelo ópio? E o simples pregador do interior dos Estados Unidos, David
Wilkerson, a mudar-se para Nova Iorque e dar sua por viciados em violência e
drogas?
Como falamos no início, uma
causa; “Ergon, aquilo com que alguém se manterá ocupado, requerendo suas energias,
talentos, dons, tempo, família, orquestrando seu “modus vivendis”. Quem causa
tem uma causa! Mas, o que nos leva a essa causa? A Oração! Um relacionamento
com o divino, pois o Ergon é um presente divino. Como diz nossa irmã-amiga
Ariadna de Oliveira, ninguém está apto para discernir sua causa existencial a
não ser Aquele que nos conheceu quando ainda éramos informes.
Lionel Fletcher escreveu: “Todos os ganhadores de almas através dos
séculos foram homens e mulheres incansáveis na oração [...]”. Quando vamos
ler sobre a vida de todos, percebemos a disciplina que todos esses homens e
mulheres tinham com a oração e a palavra. Teresa de Ávila e Guion descobriram
esse tesouro, do que é realmente orar. A oração acontece de fato quando nosso
espírito ora, quando entramos no santo dos santos. Alguns de nossa geração têm
descoberto isso, não é algo novo, pois todos os Heróis da fé e avivalistas
descobriram essa mesma verdade escondida nas escrituras. Quem já pisou nos
santos dos santos, em outro lugar não sabe viver....
Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de
Jesus,
Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela
sua carne,
E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,
Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os
corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que
prometeu.
(Hebreus 10:19-23)
O Ergon (Chamado) é resultado de
um coração aquecido, e o coração aquecido é consequência de uma vida de oração.
Não é possível ser quente se nosso relacionamento com o criador não for intenso
e profundo também. Jeanne Guyon, popularmente chamada de Madame Guyon, cria que
se deve rezar (orar) o tempo todo, e que em tudo o que se faz, deve-se passar o
tempo com Deus. “A oração é a chave da
perfeição e da felicidade; é o meio eficaz de se livrar de todos os vícios e de
aquisição de todas as virtudes, porque o caminho para se tornar perfeita é
viver na presença de Deus, Ele mesmo nos diz: anda na minha presença e sê
perfeito (Gn 17:1)...a oração pode si só pode trazer-lhe a Sua presença, e
mantê-lo lá continuamente.”
Todos esses Heróis da fé que
tiveram uma vida avivada, e impactaram muitas pessoas, tiveram uma vida nos
Santos dos santos. Todos eles eram intensos em suas orações. Muitos cristãos
têm orações mornas ou mesmo nem as têm, e vêem a oração como algo chato ou uma
obrigação. De fato, no início de uma vida de oração é assim, todavia, os que
perseveram conhece os Santos os santos; e como Guyon deseja ensinar outros
sobre esse grande e simples segredo, de como orar de verdade, como orar em
espírito e em verdade.
Foi quando Guyon escreveu “Um
curto e fácil método de oração”[i],
teve sua liberdade restrita. Essa querida irmã, foi literalmente presa, por
ensinar as pessoas como chegar nos Santos dos santos. Esse foi o Ergon de
Guyon, que levou muitos outros irmãos, séculos depois, a conhecerem Jesus de
modo íntimo e a descobrirem seu Ergon.
Todas as vezes que leio sobre os
nossos pais e irmãos na fé, me envergonho do pouco que tenho orado e feito, mas
ao mesmo tempo me sinto desafiada e motivada a crescer em oração e fé.
Que possamos sair das orações
monótonas e conhecer as delícias da intimidade com a pessoa do Senhor Jesus.
Que possamos encontrar nosso “Modus vivendis” através da oração do espírito.
Edificada e desafiada .
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