segunda-feira, 6 de maio de 2019

Um espectro





Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
(João 12:46)
Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida".
(João 8:12)
Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
(1 João 1:5 e 7)

Semana passada em uma das aulas de inglês, no período da tarde, conversávamos sobre cores e seus aspectos de existência nas diversas culturas do mundo. Já havia tido aulas de física a respeito do assunto, mas nunca tinha olhado para o prisma de Newton pelo ângulo que compartilharei a seguir. Como nossos professores de física costumam ensinar, a luz é um espectro, logo as cores também são assim definidas, posto que a segunda é derivação da primeira. Dentro dessa perspectiva quanto maior a onda de luz, menor é a percepção do que existe nela (as ondas ultra, infra, micro e rádio - usadas para comunicação - são imperceptíveis aos nossos olhos), cada parte desse espectro de luz é marcado por uma gradação de cor.
Deus é Luz! Jesus afirmou isso diante de todos, "Eu sou a luz...". Em Mateus Jesus afirma a seus discípulos: "Vocês são a luz do mundo." (Mateus 5:14). Isso não é metafórico, é uma afirmação a respeito de Sua essência, o Ser da trindade é Luz. E se a Trindade é Luz, somos luz porque estamos amalgamados, e refletimos a essência dos três. 
O que são as cores, que nossos olhos conseguem ver? As cores (perceptíveis a olho nu ou não) advém da refração da luz. Entendendo que nossos olhos são capazes de captar poucas facetas desse espectro de luz, me questiono e testifico sobre nossa incapacidade de conhecer completamente o Deus que servimos. Se Ele é luz, as cores são facetas de sua essência. E nessa perspectiva o que vemos agora por meio da pratica de contemplação diária por meio das escrituras é um vislumbre daquilo que um dia contemplaremos na eternidade.
Não é atoa que o Davi descobriu o sentido da existência humana, e a descreveu no Salmo 27: Uma coisa pedi ao Senhor, é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo. (Salmos 27:4) Isso é confirmado por Jesus quando Ele afirma: Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (João 17:3) Esse é o sentido da nossa existência: Contempla-Lo, conhecê-Lo. E quanto mais nos dispomos a contempla-Lo, mais descobriremos que conhecemos pouco da Luz e de suas facetas. A Nova Versão Transformadora, traz no salmo 27: "contemplar a bondade e beleza...", quanto maior a onda de luz menor é a frequência, menor é a percepção que tenho do que há na luz (a olho nu). Quanto mais me aproximo de Deus, mais percebo que preciso conhecê-Lo, mais percebo que não vi o suficiente de sua beleza, pois cada faceta de cor é um fascínio para minha alma faminta. 
Apocalipse (Cap. 4) mostra essa verdade a respeito de Deus, toda a refração da Luz (que é a própria trindade) é descrita e mostrada nesse livro. Ele está sentado em um trono envolto por um arco-íris, João o descreve como uma pedra de jaspe, indescritível em cores e beleza. Em todas as descrições do trono e da aparição da Luz (o próprio Deus) é de refração de cores, algumas descritíveis, outros aspectos dela são colocados por João como "parecendo", ou seja ele não conseguia descrever com maior precisão algo tão fascinante e belo, a não ser usar comparações com que conhecemos.
Muitas questões vieram no início da reflexão: Nossos olhos não conseguem captar todas as dimensões do espectro, logo, nenhum ser humano é capaz de perceber todas as cores. Isso aconteceu depois da queda? Se nascemos para contemplá-Lo teríamos essa capacidade de percepção hoje? Ou só na eternidade? Essa capacidade foi restaurada por meio da obra de Cristo? Seríamos capazes de ver sua criação em totalidade? De vê-Lo em sua totalidade? E mais uma vez... Poderíamos desfrutar dessa contemplação AGORA?
A resposta é: Não sei... Mas, o fascínio por ELE só aumenta! Ele é Belo, e todos os aspectos de sua beleza estão disponíveis para contemplação, para os que desejam o lugar secreto de intimidade. Se a eternidade é conhecê-Lo, faço desse o objetivo dos meus curtos dias aqui na terra. 
Todas essas conexões de conhecimento e revelação só reafirmam aquilo que o apóstolo Paulo escreveu aos irmãos de Corínto: 

Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
(1 Coríntios 13:12)