Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos;
E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
II Coríntios 4:8-12
Sempre que leio este texto me recordo da simples e profunda ilustração do carbono em suas duas formas, carvão e diamante. Ambos são feitos do mesmo elemento químico, contudo possuem uma significativa diferença no valor. O que difere ambos são três palavrinhas: Pressão; Profundidade e Tempo. Para que o diamante seja formado é necessário que várias camadas de magma (camada pastosa situada a grande profundidade da superfície terrestre) se ajuntem uma em cima da outra, por um longo período de tempo (séculos) e sofra altíssimas pressões levando-o a ser comprimido até se petrificar e belíssimos diamantes nascerem. O carvão é formado por meio de um processo bem mais simplificado e acessível, por meio da decomposição de folhas vegetais e árvores, próximo à superfície terrestre, submetido a uma pressão bem menor.
Conosco não é diferente, no inicio sempre seremos carvão. O que vai dizer se seremos transformados ou não em diamantes é nossa profundidade em Deus e nossa capacidade de suportar as pressões, e sem dúvida o tempo tem papel primordial nesse processo. Nossa vida aqui na terra é um curto período onde podemos dar respostas corretas a esse tratamento de Deus em nos transformar à sua imagem e semelhança. Imagem no grego significa caráter. O propósito de nosso amado Criador e Pai nunca mudou, continua o mesmo fazer de nós sólidos, semelhantes a Ele, e o processo é a seguinte equação: Pressão + profundidade + Tempo = Caráter de Cristo.
Muitas vezes em nossa caminhada cristã não gostamos de ser atribulados, de ser perseguidos por causa do evangelho, não gostamos de passar por angustias profundas semelhantes a que nosso mestre passou no jardim das oliveiras antes de sua morte. Talvez por alguns terem nos apresentado um evangelho sem morte e sem cruz, talvez por ignorarmos essa parte tão fundamental da mensagem de Cristo! Todavia, evangelho sem morte não é evangelho, e boa nova sem cruz não é boa nova! A vida cristã é um caminhar de pressões e profundezas. Se permanecermos na superficialidade e não soubermos lidar com as pressões, nunca seremos tal como é aqui, diante daqueles que precisam ver o testemunho para receber a verdade da graça.
O que precisamos entender é que não existe a vida de Cristo em nós sem morrermos para nossas vontades e esmurrarmos nosso corpo! Não há fluir do rio de Deus sem morte do ego! E não adianta fugirmos das pressões pois seremos transformados em diamantes mais cedo ou mais tarde, não podemos mudar o tempo em que o Senhor determinou para que sejamos tratados e completamente transformados, mas podemos atrasar esse processo quando fugimos ou damos as respostas erradas diante das pressões.
Existe um mistério espiritual e precioso na pressão e o grande segredo é não desperdiçarmos fugindo. Essa conclusão que o apóstolo Paulo chega de que mesmo atribulados não estamos angustiados, mesmo perplexos não desanimamos, mesmo perseguidos não fomos desamparados e mesmo ante ao abatimento não fomos destruídos, é devida à lição do Getsêmani, a forma correta de lidar com as pressões, nos pés do Senhor! Mergulhando nas profundezas de Jesus Cristo, sendo transformados de glória em glória!
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