terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Crescer dói



Anos, meses, semanas, dias, horas, segundos...
Tantos momentos vividos e sobrevividos, quantas felicidades,
Surpresas, satisfações, frustrações, infortúnios que
Aprimoram, constroem e desconstroem o ser formado-deformado.
Quantas etapas vencidas, mesmo em meio a embaraços e desapegos.
Oh! Como dói deixar o laço de cabelo... o boné e enfrentar o primeiro dia
De aula – como dói enfrentar o novo.
Essa dor do enfrentamento, de experimentar a metamorfose e sair ileso
Da mesma...essa dor de estar cara a cara com o medo e ao mesmo tempo
Perceber que não era tão difícil como imaginávamos...perceber que não era tão
Alto e grotesco como antes víamos.
Oh! Como dói sentar para lavar roupas sujas – e como é mais dolorido saber
Que quanto mais fugimos mais as roupas aumentam e com elas a sujeira, e o que
Eram algumas peças passam a ser um monstro que precisa ser domado...
Oh! Realmente dói...mas quem disse que seria fácil essa vida, como bem disse o poeta, Severina? Quem disse que a dor possui apenas lados ruins e sombrios? Talvez essa tal
Dor seja aquela que desatina sem doer...aquela que passa...e volta....e passa...e Cresce.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Misericórdia Quero...


"Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporás usura. Se tomares em penhor o vestido do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol. Porque aquela é a sua cobertura e o vestido da sua pele; em que se deitaria? Será pois, que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso."  (Êxodo 22:25-27)
Esse fragmento da Lei dada por Deus a Moisés e ao povo de Israel é apenas um exemplo do que era a essência da mesma. Nos mostra, ainda, que principio subsidiava todo o mandamento estabelecido pelo Criador. A misericórdia e a compaixão. Ambos nos levam a uma palavrinha pouco conhecida, mas interiormente familiar: Empatia, a capacidade de sentirmos a dor do outro, de nos colocarmos no lugar em que o outro se encontra. Por mais duro fosse o coração daquele povo, como todo coração humano (que não foi tocado pela graça do Pai), o apelo de Deus nunca mudou. "Misericórdia quero, e não sacrifício..." (Mateus 12:7; Oseias 6:6)
Jesus deixou claro aos questionamentos farisaicos e dos demais, que não veio contradizer ou  revogar a Lei estabelecida pelo Pai, mas cumpri-la. Jesus é tão interessante e incrivelmente sábio que mostrava os equívocos cometidos pelos ditos, conhecedores e estudiosos da Lei. E até os dias de hoje suas palavras ecoa em nossos ouvidos, nos levando a refletir se de fato temos entendido a essência dos princípios estabelecidos por Deus. Essa compreensão do cerne abre os nossos olhos e ouvidos para o que o nosso amado noivo nos convida a praticar: ame os vossos inimigos...fazei o bem aos que vos odeiam ... ou seja,  sejam semelhantes ao Pai, amorosos, bondosos, misericordiosos...e assim vocês encontrarão o caminho da felicidade (bem-aventurados). 


"Eis aqui o meu servo, que escolhi, O meu amado, em quem a minha alma se compraz; Porei sobre ele o meu espírito, E anunciará aos gentios o juízo. Não contenderá, nem clamará, Nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz; Não esmagará a cana quebrada, E não apagará o morrão que fumega, Até que faça triunfar o juízo;"
(Mateus 12:18-20)
Concluindo o que foi compartilhado a cima, creio que um versículo que se encaixa perfeitamente à misericórdia e compaixão expressadas por Cristo é Mateus 12:20. Com essas duas expressões grifadas, Ele não veio esmagar aquele que já está quebrado, aqueles que foram abatidos pela destruição e adversidades desse mundo. Mas trazer a misericórdia aos oprimidos de espírito, e padecer pela restauração da cana que foi quebrada, pelas feridas causadas pelos muitos pecados daqueles que um dia estavam sob o julgo do príncipe desde mundo. Ele também não veio para apagar o morrão que fumega, mas reacende-lo e fazer dele uma grande chama ardente. Ele veio arder em nós, acender em nós paixão pelo nome daquele que nos redimiu. Mesmo estando como um "Pavio fumegante" que só expele fumaça, Jesus não nos apaga, contudo derrama mais azeite, mais de sua essência para que possamos resplandecer nas trevas. 
E é esse apelo de misericórdia e compaixão, deixado em atitudes e palavras de sabedoria pelo nosso amado, que precisamos acatar todos os dias. Não esmaguemos a Cana quebrada, nem o morrão que fumega, não sejamos incompreensivos e duros para com os necessitados. Pois não existe um quadro tão sincero e de tamanha empatia como este, o da prostituta preste a ser apedrejada e é salva pela misericórdia do mestre. 
Sempre estamos diante de Deus como ela, meus queridos. Pedindo perdão pelos nossos pecados, nos humilhando, suplicando...e caberia a nós ser a pedra que a matará? Ou o pé que a esmagará? Ou ainda a mão que extirpará a fumaça que ainda resta? 
Não meus amados...as misericórdias do Senhor não são como o azeite que acaba, ou possui prazo de validade, todavia elas se renovam a cada manhã. A misericórdia do Pai acorda antes mesmo de colocarmos nossos pés fora da cama. 

"Bem-aventurado os misericordiosos, pois eles alcançarão misericórdia"
(Mateus 5:7)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Semear e Colher


Algo que precisamos aprender em nossa caminhada com Cristo é não dissociar o mundo Físico do mundo Espiritual. Todo o subsídio, toda a raiz do que vemos, apalpamos e entendemos como mundo físico possuí um nexo no Espiritual. Quando Deus criou o universo, a terra e tudo que nela existe princípios espirituais foram observados e utilizados como parte do fundamento. Tais princípios estabelecidos pelo Criador são inalienáveis e indissociáveis, nem o próprio Deus abdica deles em detrimento de qualquer fato ou ser (seja ele humano ou celeste). Um desses princípios é a "Lei da semeadura", o semear e colher. Por mais que Deus nos ame, e seja loucamente apaixonado pelos seres humanos ele pode nos privar de colher aquilo que plantamos.
Muitos de nós, Cristãos temos o mal habito de refutar tal princípio com argumentações rasas e versículos mal interpretados. Como: Se Jesus pagou o preço na cruz pelos meus pecado, as consequências desses também estavam na cruz. Logo não colherei as consequências dos pecados que cometi ou cometerei. Um versículo mal interpretado e entendido por muitos cristãos nesse sentido é Romanos 8:28 (Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.) não passa pela cabeça da maioria de que o entendimento de "bem" para Deus na maioria das vezes se destona do nosso entender. O "bem" falado aqui por Paulo, não significa que Deus deseja nos privar da cruz, do sofrimento ou dos espinhos, pelo contrário nos fazer passar por tais elementos a ponto de entendermos que são parte de nosso crescimento e compreensão do mundo em que estamos inseridos e as leis-princípios que o regem.
Um revelação muito interessante sobre o tema, que observei na leitura do Prepare-se para a Guerra foi a seguinte:


"E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23:39-43)
O "outro" ladrão havia entendido perfeitamente que estava ali colhendo o que havia plantado. Ele merecia ser crucificado pelos crimes que havia cometido. Mas Jesus minutos antes de entregar a Deus seu espírito disse: "Está consumado". A partir desse momento os pecados daquele ladrão que se arrependeu haviam sido pagos, mas será que o ladrão morreu sem nenhum sofrimento? Será que a remissão iria suprimir o semear e colher? Vejamos o que diz no livro do discípulo amado:
"Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas."
(João 19:31-33)
 Como diz o texto, provavelmente, os ladrões ainda ficaram vivos por algumas horas depois que Jesus morreu, e mais, tiveram que suportar a dor agonizante de ter suas pernas quebradas, não podendo mais apoiar-se nas mesmas, apressando assim a morte por sufocamento. Portanto, se o ladrão que foi salvo tivesse sido salvo também de colher o que havia plantado, porque Jesus não o levou imediatamente ao paraíso, no momento em que morreu? Simplesmente porque Jesus pagou o preço pela salvação eterna, mas ele não negou o princípio de que nós devemos colher aquilo que plantamos.