Algo que precisamos aprender em nossa caminhada com Cristo é não dissociar o mundo Físico do mundo Espiritual. Todo o subsídio, toda a raiz do que vemos, apalpamos e entendemos como mundo físico possuí um nexo no Espiritual. Quando Deus criou o universo, a terra e tudo que nela existe princípios espirituais foram observados e utilizados como parte do fundamento. Tais princípios estabelecidos pelo Criador são inalienáveis e indissociáveis, nem o próprio Deus abdica deles em detrimento de qualquer fato ou ser (seja ele humano ou celeste). Um desses princípios é a "Lei da semeadura", o semear e colher. Por mais que Deus nos ame, e seja loucamente apaixonado pelos seres humanos ele pode nos privar de colher aquilo que plantamos.
Muitos de nós, Cristãos temos o mal habito de refutar tal princípio com argumentações rasas e versículos mal interpretados. Como: Se Jesus pagou o preço na cruz pelos meus pecado, as consequências desses também estavam na cruz. Logo não colherei as consequências dos pecados que cometi ou cometerei. Um versículo mal interpretado e entendido por muitos cristãos nesse sentido é Romanos 8:28 (Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.) não passa pela cabeça da maioria de que o entendimento de "bem" para Deus na maioria das vezes se destona do nosso entender. O "bem" falado aqui por Paulo, não significa que Deus deseja nos privar da cruz, do sofrimento ou dos espinhos, pelo contrário nos fazer passar por tais elementos a ponto de entendermos que são parte de nosso crescimento e compreensão do mundo em que estamos inseridos e as leis-princípios que o regem.
Um revelação muito interessante sobre o tema, que observei na leitura do Prepare-se para a Guerra foi a seguinte:
"E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23:39-43)O "outro" ladrão havia entendido perfeitamente que estava ali colhendo o que havia plantado. Ele merecia ser crucificado pelos crimes que havia cometido. Mas Jesus minutos antes de entregar a Deus seu espírito disse: "Está consumado". A partir desse momento os pecados daquele ladrão que se arrependeu haviam sido pagos, mas será que o ladrão morreu sem nenhum sofrimento? Será que a remissão iria suprimir o semear e colher? Vejamos o que diz no livro do discípulo amado:
Como diz o texto, provavelmente, os ladrões ainda ficaram vivos por algumas horas depois que Jesus morreu, e mais, tiveram que suportar a dor agonizante de ter suas pernas quebradas, não podendo mais apoiar-se nas mesmas, apressando assim a morte por sufocamento. Portanto, se o ladrão que foi salvo tivesse sido salvo também de colher o que havia plantado, porque Jesus não o levou imediatamente ao paraíso, no momento em que morreu? Simplesmente porque Jesus pagou o preço pela salvação eterna, mas ele não negou o princípio de que nós devemos colher aquilo que plantamos."Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas."(João 19:31-33)
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