sexta-feira, 3 de julho de 2020

Escatologia VII - O Anticristo


O Pai me adotou, seu amor me encontrou.
Eu era órfão, hoje sou filho.
Meu Pai me ama e eu sou dele para sempre e nada vai me separar do seu grande amor.
(Ton Molinari)




A palavra no original é a combinação de duas palavras gregas: 1) Anti = “Substituir” (se colocar no lugar) ou “Em oposição de” (se colocar contra). O termo é usado para se referir a pessoas ou sistemas religiosos que agem como falsificação (substituição) ou oposição a Jesus, o Ungido (Cristo) de Deus. Nas escrituras temos, portanto, a palavra anticristo usada para pessoas com falsa unção, chamados de “o espírito do anticristo”, que atuou em todas as gerações. E, por fim, temos “O Anticristo” referindo-se ao homem que existirá no Fim dos Tempos[1]. É por conta disso que muitos teólogos acreditam que o Anticristo já veio, ou existiu um em cada geração. Isso não está de todo errado, todavia, haverá um homem que se levantará no fim dos tempos.
O Anticristo, também chamado por Paulo de “o homem da iniquidade”, “o filho da perdição”, “o iníquo” (II Tessalonicenses 2:3-4). Outros nomes usados para se referir a ele são: O Assírio (Miquéias 5), Gogue de Magogue (Ezequiel 39), em Daniel ele é chamado de Profanador (Daniel 7:27). No livro de Apocalipse é a Besta que saiu do mar.

E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.
[...] E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses.
E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.
E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. [...] E vi subir da terra outra besta [...]
E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.
E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.
Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.
(Apocalipse 13:1-2, 4-8,11, 15-18)

O livro de Apocalipse vai apresentar ao leitor uma trindade satânica, composta pelo Dragão, o Anticristo e o Falso Profeta. A besta que surge do mar é o Anticristo, o líder político, e a besta que surge da terra é o Falso Profeta, o líder religioso. Chifres e diademas, chifre na Bíblia tem o significa de autoridade e poder, as diademas apontam para glória e honra[2]. Observe como as referências e descrições ao Anticristo são semelhantes às do livro de Daniel:

Seu exército tomará a fortaleza do templo, contaminará o santuário, acabará com os sacrifícios diários e colocará ali uma terrível profanação.
(Daniel 11:31)
O rei fará o que bem entender, se exaltará e afirmará ser maior que todos os deuses chegará a blasfemar contra o Deus dos deuses. Terá êxito, mas apenas até que se complete o tempo da ira; pois aquilo que foi determinado certamente acontecerá. Ele não respeitará os deuses de seus antepassados, nem o deus preferido das mulheres, nem deus algum, pois dirá que é maior que todos eles.
(Daniel 11:36-37)
...Passará um tempo, tempos e meio tempo... A partir do momento em que o sacrifício diário for suspenso a terrível profanação for colocada ali, haverá 1290 dias. Feliz aquele que esperar e permanecer até o fim dos 1335 dias.
(Daniel 12:11-12)

Esse mesmo texto é citado por Jesus em Mateus 24, como também por Paulo em Tessalonicenses. Portanto, haverá aliança entre dez nações (dez chifres) que dará base política, econômica e militar para o Anticristo[3] e no momento em que ele celebrar um tratado de paz com Israel (Daniel 9:27) teremos a última semana (das “70 semanas de Daniel”) e na metade dessa semana ele quebrará o acordo e profanará o templo – interromperá os sacrifícios e colocará sua imagem dentro do Santo dos Santos. A partir desse momento contam-se 1260 dias / tempo, tempos e metade de tempo / três anos e meio / 42 meses.
Há muita confusão e interpretações equivocadas desse texto de Apocalipse, sobre a imagem, marca e número da besta (Anticristo). Muitos falam: Ah, e se eu aceitar esse marca sem saber? Por muito tempo – graças a literaturas de ficção e filmes – foi ensinado que essa marca seria um tipo de chip, mas amados prestemos atenção no que o texto diz!
Imagem: Muitos acreditam que será uma estátua, todavia, o texto não afirma que será. Diz que será uma imagem que representa o Anticristo e esta falará!
Marca: Ela estará explicitamente relacionada à adoração. Quem a aceitar, o fará conscientemente. Não existe possibilidade de fazê-lo “sem querer”. Creio que não será algo físico, posto que nada no físico tem poder para gerar em nós condenação eterna. A primeira menção de uma marca na cabeça e na mão direita é na Torá, Deus orienta seu povo a colocar os mandamentos na testa e na mão. Quando os santos são selados em Apocalipse, também acontece na testa. Então, irmãos, será uma marca ESPIRITUAL.
A marca da besta será uma declaração teológica de quem eles adoram. É um apoio consciente das blasfêmias que a besta proferirá contra Deus e seu filho.
É importante estar atento às três coisas que o anticristo irá negar (tanto para o reconhecermos, quanto para entendermos sua marca e sistema de governo):
1)         Ele irá negar o PAI (Helohim)
2)         Ele irá negar o Filho – ditado hebraico “não terá respeito ao amor das mulheres” / “... nem será o deus preferido das mulheres” (é um ditado que se refere ao Messias em Gênesis 3:15 – nascido da semente da Mulher)
3)         Ele irá negar outros deuses (Dn 11:37)
Número: O número seis aponta para o homem, visto que, a primeira menção desse número está nos relatos da criação, os seres humanos foram criados no sexto dia. O número 6 é mencionado três vezes e fala do ápice do humanismo, e do homem vivendo de modo independente de Deus.

O Paradigma do Islã[4]
Mohamed (Maomé) o profeta do Islã era órfão de pai e mãe, perdeu-os quando ainda era jovem, seu avô, com quem fora viver após a morte de seus pais. E dentro de uma caverna começa a ter a experiência espiritual, na qual recebe o Corão (recitação). Segundo seus relatos, ele sentiu um sufocamento e violento aperto em si mesmo e uma voz que dizia: “Recite!”. E ele dizia: “Como posso fazê-lo, não sei!”. E nessas primeiras semanas Mohamed achou que era o demônio que o estava atormentando, posto que seu corpo debateu-se por longas horas, repetidos dias. Sua esposa Hadija, o convenceu de que na verdade aquela experiência era divina e de que ele era um profeta. Ante a isso, Mohamed entregou-se aos ensinamentos daquele espírito, que no Corão é chamado de Gabriel (o anjo)[5]. Então, surgiu o Corão, Maomé era tomado pelo espírito e recitava as palavras.
João escreve em sua primeira carta pastoral, alertando os irmãos a respeito do espírito do anticristo e sua doutrina: “Aquele que afirma que Jesus não é o Cristo (Messias). Quem nega o Pai e o Filho é o anticristo. Aquele que nega o Filho também não tem o Pai. Quem reconhece o Filho tem também o Pai.” (I João 2:22-23) João aqui está nos dando duas importantes formas de reconhecer o que o anticristo ensina.
A Doutrina do anticristo nega, o Pai e nega o Filho. E o principal ensinamento do islã hoje é que Deus não tem um Filho, ele não é Pai. Essa religião também descaracteriza Jesus como Messias (segundo o que temos no Antigo Testamento). Mas eles não acreditam em Jesus? Sim, mas eles afirmam que ele não morreu na cruz, que ele não é Deus encarnado e muito menos Filho de Deus.

“Dize ele é Alá, {quem é} um, Alá o Refúgio Eterno
Ele nunca gerou ou foi gerado
E ninguém é comparável a ele” (Surata 112:1-4)
“Afirmam: O Clemente teve um filho! Sem dúvida que haveis proferido uma heresia. Por isso, pouco faltou para que os céus se fundissem, a terra se fendesse e as montanhas,
Desmoronassem. Isso, por terem atribuído um filho ao Clemente, Quando é inadmissível que o Clemente houvesse tido um filho” (Surata 19:88-92)

O texto do profeta Daniel que relata a respeito do sonho de Nabucodonosor, da grande estátua, foi e continua sendo entendido[6] sob a ótica ocidental. É consenso geral que a descrição dada por Daniel tanto no capítulo 2, como nos seguintes, é a respeito do anticristo, um líder político e militar que se levantará com influência contra Israel e os santos. É também consenso geral a maior parte da estátua (Cabeça de ouro: Babilônia; Peito e Braços: Império Medo-Persa; Quadril de Bronze: Império Grego – era de Alexandre, o Grande), as pernas de ferro é entendida como o Império Romano e os pés de ferro misturado com barro sendo o ressurgimento desse mesmo império juntamente com o anticristo, hoje a Igreja Católica Apostólica Romana. Todavia o texto não deixa claro isso, vejamos:

E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.
E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.
Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.
(Daniel 2:41-43)

O primeiro ponto relevante do texto: a palavra “misturado” no hebraico é עֲרַב `arab (ar-aɓ'). Isso é muito interessante observar. Outro ponto importante é a geografia e a história do Oriente, os teólogos ignoram o contexto da escatologia bíblica. Nos profetas menores (Joel e Zacarias) vemos que se reunirão, no Dia do Senhor, as “nações ao redor” de Israel. É para aquela região que precisamos observar no momento de interpretar qualquer profecia Bíblia a respeito dessas coisas.
O terceiro ponto que gostaria de levantar para derrubar o argumento de Roma, como último império e seu ressurgimento nos últimos dias, é que os romanos nunca exerceram influência de fato sobre todo o mundo, a cultura e língua disseminadas por todo o ocidente e oriente foi dos gregos. Segundo as visões de Daniel, esse último Império viria de forma agressiva, ESMAGADORA[7]:

Então, em minha visão naquela noite, vi uma quarta besta, terrível, assustadora e muito forte. Devorava e despedaçava suas vítimas com grandes dentes de ferro e esmagava os restos debaixo de seus pés. Era diferente das outras três e tinha dez chifres. Enquanto eu olhava para os chifres, de repente apareceu no meio deles outro chifre pequeno. Três dos chifres maiores foram arrancados pela raiz para dar lugar a ele. Esse chifre pequeno tinha olhos, como de homem, e uma boca que falava com arrogância. (Daniel 7:7-8)

Quando falamos em domínio religioso e político, a língua é uma forte evidência desse domínio. Portanto, após os gregos, o único império que se expandiu nessas proporções – religioso, econômico, político e linguístico – foram os Árabes. As regiões que foram dominadas por meio das primeiras “guerras santas” receberam a religião e a língua de maneira muito forte. Até os dias de hoje esses países falam o Árabe[8].
Esse chifre pequeno é o anticristo que surgirá desse último império esmagador. Você pode ler o capítulo sete todo, na última parte Deus explica a Daniel o significado da visão, se você prestar atenção (lembrando as outras passagens já estudadas a esse respeito) vai perceber a menção do Anticristo e seu governo, os três anos e meio de grande tribulação (um tempo, tempos e meio tempo) e a vitória final de Jesus e seu reinado eterno.

O coração de Deus para os Mulçumanos
Ismael experimentou do abandono e a orfandade, ainda muito jovem. De suas raízes saíram os árabes, a mistura de várias raças que se tornaram, a partir do século IV, um através da língua, economia, política e religião, sua expansão foi e ainda tem sido expressiva.
Nos primeiros séculos de expansão islâmica, praticamente todo o norte da África, extremo oriente foram conquistados religiosa e linguisticamente. Atualmente a quantidade de refugiados e estrangeiros árabes na Europa e nas Américas é significativa, sua influência não só no âmbito linguístico e cultural, como também no político tem acontecido. O islamismo é uma expressão do choro reprimido de Ismael, de orfandade e abandono.
É fato que precisamos estar atentos às dinâmicas do Oriente Médio em relação ao levante desse líder que terá um papel importante no fim dos tempos, mas acima de tudo precisamos entender o coração de Deus para os mulçumanos. Deus quer trazer Ismael de volta para casa. Creio que a igreja mulçumana será usada no fim dos tempos por Deus para causar ciúmes em Israel. Deus quer fazer dos órfãos filhos amados. Portanto, alinhemos nossos corações ao coração de Deus.


Maranata!






[1] Definição tirada do livro: Fundamentos Bíblicos de Escatologia – Mike Bickle.
[2] Como as coroas de louros dadas aos vencedores das maratonas na Grécia.
[3] Não pense que essa figura será um “tosco”. O Anticristo será um gênio nas áreas: política, econômica, militar, oracional, intelectual, religiosa e ocultista (Essas descrições são encontradas nos livros de Apocalipse, Daniel e Tessalonicenses). Este será o líder mais perverso de toda a história.
[4] Baseado nas aulas, esboços e livros do Joel Richardson.
[5] Através desse simples relato, qualquer cristão, novo na fé ou não consegue perceber que não se tratava do anjo Gabriel, mas de um espírito maligno, enganador.
[6] Grande maioria dos teólogos cristãos (evangélicos) entendem assim.
[7] As primeiras conquistas mulçumanas: Dentro de 4 anos 1/3 milhão de cristãos assassinados;  Nos próximos 10 anos mais um milhão de cristãos assassinados; Sitiaram as cidades, mataram os resistores, distribuíram os saques e enviavam de 30 a 50 mil mulheres de volta para Meca; Em menos de uma geração, o antigo coração da Cristandade foi esmagado pelo Islã;  E dentro de 100 anos, 50% do Cristianismo global foi subjugado e governado pelo Islamismo.
[8] É claro que esse domínio é fruto das escolas corânicas nos primeiros séculos de expansão do islã, principalmente no Norte da África. A região na qual vivo atualmente (Oeste da África) professa-se em sua maioria islâmicos, e as escolas corânicas fazem parte da realidade das crianças e adolescente, e a medida que crescem aprendem a recitar o Corão no Árabe. Muitos não entendem o significado, mas conseguem recitar, pois foram ensinados desde crianças. No Norte da África, a maioria dos países denomina-se islâmicos, politicamente falando, são totalmente fechados. 


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