sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Poema para um dia chuvoso


Ai vai uns versinhos que foram escritos 07/11/2008



Pretérito Perfeito
Mayara Brito

Oh! Que saudades tenho dos regaços
De minhas tias, dos quintais da casa
Antiga, povoados por vinhas e pés de
Romã... As pitangas eram tão vermelhas
E pequenas como eu, as atas ficavam tão
Distantes de minhas mãos, entretanto
Os Jabutis companheiros do chão, do
Meu chão...

As sopas do fim de tarde que minha linda
Nozinha fazia para sua netinha, com aquelas
Sofridas mãos...Os anos a levaram e o tempo
Não a traz mais...
As quitandas da Maria, a tia, mãe-irmã dos filhos
Da Nozinha, que hoje estão longe de mim e de todos...
A vida é boa, me deu uma tia que hoje é avó
Não só minha, mas minha também...

Os porões da casa velha nunca explorados e nem
Habitados, mas vontade não faltava, os olhos
E ouvidos curiosos sempre desejavam ver um dia
Aqueles porões limpos e aconchegantes...
Mas o sonho de mundo perfeito se foi, restando
Do passado apenas os doces e as saudades que
Nozinha deixou... Amo-te...
Quão efêmera é a vida e translúcido é o tempo!
A vontade de viver no mundo dos adultos passou,
Que triste e monótono é ser gente grande:
Decisões, indecisões, dores, horrores, um mundo
Onde “grandes” massacram os indefesos e muitos fazem
O que não pode fazer...

Mesmo que o tempo não possa regressar os meus
Momentos de menina não se foram, sempre existirão,
Estarão guardados em uma caixinha de música que existe
Dentro de mim, nas profundezas do oceano da mulher que
Hoje sou!




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